quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Ataque a policiais militares: a sociedade precisa de resposta


Por Milton Correa da Costa - Do Casos de Polícia

Extremamente chocante e assustadora as cenas mostradas pela televisão do ataque à guarnição da Policia Militar, do 1º BPM (Estácio), na madrugada de domingo último, 17 de janeiro, na Cidade Nova, próximo ao Centro do Rio, onde um sargento foi fuzilado dentro da viatura policial sem chance de reação e um soldado conseguiu escapar resultando ferido nas pernas por tiro de fuzil. Tática própria de guerrilha urbana utilizada por perigosos, ousados, frios e sanguinários marginais.

As cenas gravadas por câmeras de segurança deixam qualquer um perplexo. Talvez só imaginável em filmes policiais. A resposta do poder instituído, nos limites da lei, terá que ser dura e contundente. A captura de tais narcoterroristas, inclusos os que fuzilaram outros dois policiais militares no bairro de Madureira, na última sexta-feira, tem que ser ponto de honra para a polícia do Rio. Ousadia, desrespeito, covardia e desprezo pela vida humana têm limites. Isso é inaceitável e mostra o grau de letalidade do banditismo a que todo cidadão, policial ou não, está sujeito na violenta guerra do Rio.

A única estratégia policial de contenção, viável, na dificuldade de enfrentar o elemento surpresa, que mata covardemente agentes da lei em serviço, é a permanente ação pró-ativa das forças policiais, na busca e vasculhamento aos nascedouros dos "bondes do terror", os morros e favelas. Não se pode esperar para reagir. Narcoterroristas não hesitam em matar, sem dó e piedade,com armas de última geração, de forma fria e covarde, representantes da lei e o que é pior, comemoram com foguetórios, desafiando o poder instituído, a morte dos "inimigos".

Este é um contexto de ambiência violenta dos mais graves e preocupantes. Há que se reconhecer que a polícia do Rio tem obtido resultados significativos no combate à criminalidade violenta, numa política realista de enfrentamento e enfraquecimento ao poder paralelo, aí incluso as famigeradas miícias. A maior prova hoje da sólida acão policial, são as Unidades de Polícia Pacificadora. Mas isso é apenas o começo e não podemos, de forma ilusória, achar que a guerra do Rio já está ganha. A caminhada para tornar o Rio uma cidade mais humana e menos violenta ainda é muito longa.

Há muito o que se fazer na área de segurança pública e não se pode ter complacência com quem não tem o mínimo respeito pela vida humana. A polícia deve usar a energia necessária e na medida necessária em resposta a esse episódio. Mostrar que ação policial não se dá por intuito de vingança. A ação policial se dá pela técnica, equilíbrio, inteligência e nos respeito aos limites da lei. A missão mais urgente agora é identificar e capturar os covardes algozes dos bravos policiais que derramaram seu sangue e entregaram sua vidas na nobre missão de defesa da sociedade. Maõs à obra. A sociedade, destinatária do serviço e da proteção policial, precisa dessa resposta.

*Milton Corrêa da Costa é tenente-coronel da PM do Rio na reserva

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mais Lidos