sábado, 13 de novembro de 2010

Grosso Calibre: O cotidiano do tráfico carioca cantada através dos proibidões

Grosso Calibre (High Calibre) from ShootingPoverty on Vimeo.

Do O Globo

Os versos do cantor de funk proibido Mc Smith ecoaram por Nova York. O documentário "Grosso Calibre", que mostra o impacto das armas de fogo em comunidades carentes do Rio de Janeiro, levou a voz do morro para diferentes públicos nos Estados Unidos. Os jornalistas cariocas Ludmila Curi e Guilherme Arruda lançaram o curta-metragem que produziram na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), no Tribeca Cinema e ainda em uma escola da rede pública americana, no bairro do Brooklyn. Ao todo, mais de 500 pessoas ouviram frases como "nossa vida é bandida e o nosso jogo é bruto. Hoje somos festa, amanhã seremos luto." reproduzidas no curta-metragem brasileiro.

- Optamos por uma abordagem diferente e mostramos a rotina violenta dos conflitos entre policiais e traficantes através da música. Os americanos se identificaram muito com o documentário. O nosso funk proibido lembra um tipo de rap deles - diz Guilherme Arruda, um dos diretores de "Grosso Calibre".

A produção do curta teve o apoio da ONG Oxfam Internacional, organização que defende a criação de um tratado internacional que regule a venda de armas de fogo. Além do documentário brasileiro, outros dois filmes sobre a mesma temática foram produzidos pela instituição, um feita na Índia e outro em Burundi, pequeno país na parte central da África.

Os três curtas produzidos no Brasil, Índia e no Burundi, já estão disponíveis na internet. O endereço é shootingpoverty.org. e o público poderá votar e escolher o seu vídeo preferido. O prêmio para a equipe vencedora será um equipamento completo de filmagem.

Ainda através do mesmo site, internautas de todo o mundo poderão também contar as experiências que sofreram com a violência armada.

- Nós convidamos o público a acrescentar a sua voz. Pelo Twitter, blogs, fotos ou filmes, eles podem mostrar aos governos de todo o mundo que o comércio indiscriminado de armas afeta a todos nós e que a hora de agir é agora - afirma Oistein Moskvil Thorsen, produtor-executivo dos filmes e funcionário da ONG Oxfam Internacional.

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