Elvis Pereira - Do Jornal da Tarde
O Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB) de São Paulo rastreou em seu primeiro ano de funcionamento cerca de R$ 199 milhões arrecadados com o tráfico de drogas e “lavados” pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). A cifra corresponde a 60% dos R$ 331,7 milhões identificados pelo laboratório. Os donos do restante da fortuna são desde mafiosos estrangeiros a servidores corruptos.
O balanço corresponde aos 24 dossiês produzidos entre 25 de agosto do ano passado e igual data deste ano pelo LAB, instituído numa parceria entre o Ministério da Justiça e a Polícia Civil paulista. Os documentos revelaram que mais da metade dos bens e do dinheiro localizado está nas mãos de pessoas supostamente ligadas ao PCC, a exemplo do candidato a deputado federal Claudinei Alves dos Santos, o Ney Santos (PSC).
A facção recorre principalmente a contas bancárias abertas em nomes de parentes e “laranjas”. E mantém uma movimentação intensa de valores entre R$ 500 e R$ 1,5 mil. “Você vai ver e a pessoa nunca trabalhou, não tem nada, não contribui para o INSS e tem aquele patrimônio todo”, destaca o coordenador do LAB paulista, o delegado Robinson Fernandes.
“Essa é a forma usual”, continua o delegado. “Mas eles também recorrem a lojas de carros e motocicletas para simular faturamentos.” A maioria dessas empresas de fachada está espalhada na periferia, porém também podem ser encontradas em bairros nobres. O PCC “lava” o dinheiro ilícito, ainda, em motéis, linhas de micro-ônibus, postos de gasolina e comprando imóveis.
Outros R$ 99 milhões em bens e dinheiro rastreados provêm de esquemas de narcotráfico e prostituição existentes no exterior. Seus líderes decidem lavar o dinheiro no País por meio de rede de hotéis e restaurantes. “Pegamos, por exemplo, uma rede de hotéis pertencente a um alemão que já é alvo de investigação na Alemanha e na Espanha”, cita Fernandes.
Com os hotéis, a estratégia é declarar na contabilidade um número de hóspedes superior ao real. O mesmo mecanismo é aplicado aos restaurantes.
Ao longo deste primeiro ano, descobriu-se também a existência no Estado de negócios de integrantes da máfia japonesa Yakuza, mafiosos italianos, russos e libaneses suspeitos de ligação com ações de terrorismo.
Cara de biblioteca
Inaugurado oficialmente em setembro, o LAB paulista está instalado na sede da Polícia Civil, no centro. O laboratório tem jeito de biblioteca. Ali não se interroga suspeito, não há cartório como em delegacias, tampouco inquéritos.
Nenhum dos agentes é visto circulando pelo andar. São policiais que cruzam informações de diversas instituições e são até escalados para missões. “Exploramos a formação da pessoa. Quem foi professor, nós mandamos dar aula”, exemplifica Fernandes.
O Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB) de São Paulo rastreou em seu primeiro ano de funcionamento cerca de R$ 199 milhões arrecadados com o tráfico de drogas e “lavados” pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). A cifra corresponde a 60% dos R$ 331,7 milhões identificados pelo laboratório. Os donos do restante da fortuna são desde mafiosos estrangeiros a servidores corruptos.
O balanço corresponde aos 24 dossiês produzidos entre 25 de agosto do ano passado e igual data deste ano pelo LAB, instituído numa parceria entre o Ministério da Justiça e a Polícia Civil paulista. Os documentos revelaram que mais da metade dos bens e do dinheiro localizado está nas mãos de pessoas supostamente ligadas ao PCC, a exemplo do candidato a deputado federal Claudinei Alves dos Santos, o Ney Santos (PSC).
A facção recorre principalmente a contas bancárias abertas em nomes de parentes e “laranjas”. E mantém uma movimentação intensa de valores entre R$ 500 e R$ 1,5 mil. “Você vai ver e a pessoa nunca trabalhou, não tem nada, não contribui para o INSS e tem aquele patrimônio todo”, destaca o coordenador do LAB paulista, o delegado Robinson Fernandes.
“Essa é a forma usual”, continua o delegado. “Mas eles também recorrem a lojas de carros e motocicletas para simular faturamentos.” A maioria dessas empresas de fachada está espalhada na periferia, porém também podem ser encontradas em bairros nobres. O PCC “lava” o dinheiro ilícito, ainda, em motéis, linhas de micro-ônibus, postos de gasolina e comprando imóveis.
Outros R$ 99 milhões em bens e dinheiro rastreados provêm de esquemas de narcotráfico e prostituição existentes no exterior. Seus líderes decidem lavar o dinheiro no País por meio de rede de hotéis e restaurantes. “Pegamos, por exemplo, uma rede de hotéis pertencente a um alemão que já é alvo de investigação na Alemanha e na Espanha”, cita Fernandes.
Com os hotéis, a estratégia é declarar na contabilidade um número de hóspedes superior ao real. O mesmo mecanismo é aplicado aos restaurantes.
Ao longo deste primeiro ano, descobriu-se também a existência no Estado de negócios de integrantes da máfia japonesa Yakuza, mafiosos italianos, russos e libaneses suspeitos de ligação com ações de terrorismo.
Cara de biblioteca
Inaugurado oficialmente em setembro, o LAB paulista está instalado na sede da Polícia Civil, no centro. O laboratório tem jeito de biblioteca. Ali não se interroga suspeito, não há cartório como em delegacias, tampouco inquéritos.
Nenhum dos agentes é visto circulando pelo andar. São policiais que cruzam informações de diversas instituições e são até escalados para missões. “Exploramos a formação da pessoa. Quem foi professor, nós mandamos dar aula”, exemplifica Fernandes.
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