Por Cecília Olliveira
Há semanas temos acompanhado nos noticiários inúmeros acontecimentos acerca da criminalidade desenfreada. Ônibus incendiados, civis fuzilados e demonstrações bizarras de força e poder.
O crime organizado nasceu em meados das décadas de 60 - 70 quando os presos políticos - o perigo "vermelho"- ficaram em contato com os presos "comuns" no presídio Cândido Mendes na Ilha Grande-RJ. Lá os "comuns" aprenderam todas as técnicas de guerrilha urbana e foram politizados, entendendo melhor sua condição de segregados. A partir deste entendimento surgiu uma grande idéia: unir-se em torno do ideal de melhorar as condições dos presídios.
Na década de 80 Brizola implantou a politica de "humanização" nas penitenciárias e morros. Ou seja, os bandidos aproveitaram! Não que Brizola estivesse errado, mas os encarcerados tinham ambições diferentes do comunismo. Queriam sim lutar por um bem comum, mas este bem não era o justamente idealizado pelos vermelhos.
O decorrer daí a gente conhece... Após a anistia os presos "condicionados" aplicaram o aprendido nas ruas do Rio (CV, TC) e mais tarde em SP (PCC) e fizeram escola. A ideologia da ajuda mútua mudou com a entrada de narcotraficantes na cúpula do CV. Foi onde começou toda a barbárie. O que antes era humanizado e baseado na ajuda à comunidade, agora é terror.
Já a questão da Polícia Militar e Civil, foi que simplismente eles não acreditavam que analfabetos conseguiriam se organizar e lutar em busca de lucros e ideais. Já no primeiro grande confronto da história, Comando Vermelho x Polícia, a PM de SP usou 400 homens para prender 1 assaltande de banco. Zé do Bigode humilhou as autoridades do Estado. O despreparo era um fato. Fato grave. Fato que aliado a negligência do Governo, deu no que deu e chegou onde chegou.
Há sim policiais empenhados em seu dever. Mas para cada 10 policiais honestos há quantos desviados? Isso, numa proporção que nem deveria existir!
A omissão do governo, o medo de manchar a política, a alienação da sociedade que crê que isso é um problema dos outros e não dela. Este foi e é o cenário ideal para o alastrar dos tentáculos do crime.
A culpa é minha, do meu vereador, do meu governador, do meu presidente. Minha culpa, sua culpa, nossa culpa permitiu que em cerca de 40 anos o crime organizado recrutasse um exército de aproximadamente 400 mil soldados, dentro e fora das gaiolas.
O que é pior? Estes soldados vestem a camisa e defendem com sangue seus ideais. Estão bem armados e treinados e não tem nada a perder.
O amanhã? Literalmente não podemos deixar para amanhã o que pode - e o que deve - ser feito hoje. Não há tempo a perder. Há vidas. Eles não estão de brincadeira. É a maior e mais bem estruturada empresa do planeta. É simplesmente um exemplo de multinacional. Está em todos os continentes, tem ações na bolsa de N.Y., dispõe de um corpo funcional bem preparado e poliglota.
As armas são de guerra, as técnicas são de guerra, a coragem é de um soldado irrepreensível, que qualquer exército gostaria de ter.
Eu pergunto: O que você espera para seu futuro? Acredita que há mesmo um futuro a esperar? Pode ser que haja... contanto que não espere sentando...
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