Por José Maria Nóbrega – cientista político, pesquisador do NICC-UFPE
(Via Conjutura Criminal)
Os números absolutos de homicídios em São Paulo estão abaixo dos números do Rio de Janeiro. No início da série histórica, em 1996, São Paulo teve 12.320 assassinatos, o que ocorreu de forma positiva até 1999, recorde da série histórica com 15.758. A taxa de homicídio de 1999 em São Paulo foi de 44 homicídios por cem mil habitantes paulistanos. O Rio de Janeiro iniciou a série histórica (1996) com 8.030 assassinatos, com tendência de queda leve até o ano de 1999, o inverso do ocorria em São Paulo. Neste ano o Rio de Janeiro alcançou os 7.254 homicídios e a taxa por cem mil foi de 52,5 mortes por agressão por cem mil habitantes cariocas. É importante salientar que o Rio de Janeiro sempre teve taxas maiores que as de São Paulo.
O que impressiona é a queda incisiva dos índices de homicídios em São Paulo. De 2001, com 15.731 homicídios e uma taxa por cem mil de 41,8, até 2007, com 6.261 assassinatos e uma taxa por cem mil de 15, a queda em termos percentuais para os números absolutos foi de 60%, ou seja, 9.470 vidas salvas!
O Rio de Janeiro, apesar de menos populoso, alcançou o número de 6.304 assassinatos em 2007, superando pela primeira vez na série histórica os números absolutos de São Paulo. Apesar de vir tendo uma redução leve desses números desde 2002, quando foram computados 8.298 homicídios na cidade maravilhosa. Para o último ano da série histórica, em 2007, o Rio de Janeiro vem apresentando uma taxa de homicídio por cem mil quase três vezes superior a taxa de São Paulo.
Gráfico 1: Números absolutos Rio de Janeiro e São Paulo – 1996-2007
O ranking nacional apresenta São Paulo como um dos estados menos violentos da federação com o Rio de Janeiro na quarta posição em termos de taxas. O Rio de Janeiro é superado por Alagoas (59,5), Espírito Santo (53,3) e Pernambuco (53). Dois estados nordestinos e um do Sudeste.
A análise da dinâmica mostra que as políticas públicas de segurança em São Paulo vem apresentando maiores resultados que as do Rio de Janeiro. A política descentralizada com a participação decisiva dos municípios paulistanos vem obtendo resultado positivo (Kahn e Zanetic, 2009). O Rio de Janeiro vem apresentando uma política de confronto direto com a criminalidade violenta (com destaque ao tráfico de drogas), dando relevo a táticas repressivas mais incisivas com fraca política de gestão científica, o que difere muito de São Paulo.
Gráfico 2 - Comparações entre os estados
Fonte dos gráficos: SIM/DATASUS/IBGE Cálculo das taxas Nóbrega Júnior (2009)
Bibliografia: KHAN, Tulio e ZANETIC, André (2009), “O papel dos municípios na segurança pública” in Coleção Segurança com Cidadania. Ano 1. No 1. Subsídios para Construção de um Novo fazer Segurança Pública. UFRGS Editora.
Bibliografia: KHAN, Tulio e ZANETIC, André (2009), “O papel dos municípios na segurança pública” in Coleção Segurança com Cidadania. Ano 1. No 1. Subsídios para Construção de um Novo fazer Segurança Pública. UFRGS Editora.
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