terça-feira, 24 de novembro de 2009

MP aponta oficiais da PM entre cabeças da milícia em Rio das Pedras


Do Casos de Polícia


De acordo com a denúncia do Ministério Público, o comando da milícia era exercido pelo sargento PM Dalmir Pereira Barbosa; por seu irmão, Dalcemir Pereira Barbosa; pelo major PM Dilo Pereira Soares Júnior, o Major Dilo; e pelo capitão PM Epaminondas de Queiroz Medeiros Júnior, o Capitão Queiroz. Getúlio Rodrigues Gamas, assassinado em 28 de maio deste ano, também chefiava a milícia. Os cinco assumiram a propriedade da Cooperativa de Transporte Alternativo Rio das Pedras, e de diversos comércios e prédios na favela, recebendo participação nos "negócios ilícitos" (a cobrança da "taxa de segurança", exploração de “gatonet”, monopólio de venda de botijões de gás, etc.).

Os cinco estão entre os denunciados que motivaram a Operação Rolling Stones, deflagrada na manhã desta terça-feira pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), em ação conjunta com o Núcleo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público. O objetivo da operação é cumprir 19 mandados de prisão contra integrantes da milícia que atua em Rio das Pedras, na Zona Oeste. Segundo a polícia, 22 pessoas foram denunciadas, entre elas, sete policiais militares. Desses, 20 tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça. A operação desta terça-feira é realizada em diversos pontos da cidade.

Abaixo, um breve perfil dos acusados de chefiarem a milícia:

1) Dalmir Pereira Barbosa - sargento reformado da PM, responde a processo na Justiça pelo assassinato do ex-chefe de gabinete da extinta Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) Paulo Roberto da Costa Paiva, em 2003.

2) Dalcemir Pereira Barbosa - irmão de Dalmir, Dalcemir assumiu a presidência da Cooperativa de Transporte Alternativo de Rio das Pedras após o assassinato de Getúlio Rodrigues Gamas. Também é réu no processo da morte do ex-diretor da SMTU.

3) Dilo Pereira Soares Júnior, o Major Dilo - Oficial da Polícia Militar. Em julho de 2001, foi preso acusado de envolvimento no sequestro e morte de um taxista suspeito de envolvimento com o tráfico no Morro de São Carlos, no Estácio. Chegou a ser expulso da PM, mas recorreu e voltou à corporação. Em agosto deste ano, a Polícia Militar abriu procedimento interno para decidir sobre a expulsão de Major Dilo e Capitão Queiroz. Por serem oficiais, os dois responderão a um Conselho de Justificação. Os dois PMs foram citados na CPI das Milícias pelo ex-vereador Josinaldo Francisco da Cruz, o Nadinho de Rio das Pedras, assassinado em junho deste ano.

4) Epaminondas de Queiroz Medeiros Júnior, o Capitão Queiroz - Oficial da reserva da Polícia Militar. Entrou na corporação em 1984. Foi promovido a capitão em 1991, mas a publicação da promoção no Boletim Interno da PM só ocorreu dois anos depois. Abriu uma empresa de vigilância após ir para a reserva remunerada, no final da década de 90. Queiroz trabalhou na Coordenadoria Militar da Prefeitura do Rio no primeiro mandato de Cesar Maia (de 1993 a 1997) e nos quatro anos de seu sucessor, Luiz Paulo Conde. Em 2006, Capitão Queiroz candidatou-se a deputado estadual pelo PDT, mas não foi eleito. Ano passado, ensaiou uma candidatura a vereador, mas desistiu.

Getúlio Rodrigues Gamas - era presidente da Cooperativa de Transporte Alternativo de Rio das Pedras. Foi assassinado em 28 de maio deste ano, em Cachoeiras de Macacu (leia mais sobre o assassinato clicando aqui).

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