Ex-repórter policial americano traça um retrato atual e violento de como a máfia japonesa se infiltra em todas as áreas da economia
Por Claudia Sarmento, do O Globo
A menção da palavra Yakuza - a lendária máfia japonesa - traz sempre à mente a imagem de sujeitos musculosos, tatuados, com um ou dois dedos a menos e uma espada de samurai escondida sob um terno preto, barato. Bem, é hora de repaginar esse personagem, conta a correspondente Claudia Sarmento. Os mafiosos japoneses hoje estão mais para "banqueiros do Goldman Sachs com armas".
A metáfora é do jornalista Jake Adelstein, autor do livro "Tokyo Vice", um violento e raríssimo retrato do submundo do crime no Japão. O americano do Missouri, 40 anos, sabe o que diz. Ex-repórter policial do maior jornal do Japão, o "Daily Shimbun", Adelstein acompanhou durante 12 anos o cotidiano das delegacias de Tóquio, uma cidade bastante segura, mas que mantém um lado podre que não é secreto, sobre o qual não se fala, e onde ocidentais não entram. Adelstein entrou. E pagou caro por isso.
Lançado nos EUA, "Tokyo Vice" não foi publicado no Japão, pois a editora que pretendia fazê-lo recebeu ameaças da Yakuza e desistiu do projeto. O livro não fala apenas de máfia - é o relato da rotina de um jornalista workaholic - mas o mais marcante são suas histórias sobre os chefões. Os tentáculos da Yakuza, diz Adelstein, baseado em dados oficiais, estão crescendo e se infiltrando em todas as áreas da economia japonesa. Não dizem respeito apenas a drogas, prostituição e extorsões, e a polícia já não tem mais poder suficiente para contê-los.
Os homens da organização, divididos em 22 grandes grupos, atuam no mercado de ações, consultorias, empreiteiras e na área de entretenimento. Estão envolvidos em fraudes financeiras, suas festas são frequentadas por celebridades e suas relações com o partido que governou o Japão por 54 anos - o Partido Liberal Democrata (PLD), derrotado nas últimas eleições - são notórias.
Por Claudia Sarmento, do O Globo
A menção da palavra Yakuza - a lendária máfia japonesa - traz sempre à mente a imagem de sujeitos musculosos, tatuados, com um ou dois dedos a menos e uma espada de samurai escondida sob um terno preto, barato. Bem, é hora de repaginar esse personagem, conta a correspondente Claudia Sarmento. Os mafiosos japoneses hoje estão mais para "banqueiros do Goldman Sachs com armas".
A metáfora é do jornalista Jake Adelstein, autor do livro "Tokyo Vice", um violento e raríssimo retrato do submundo do crime no Japão. O americano do Missouri, 40 anos, sabe o que diz. Ex-repórter policial do maior jornal do Japão, o "Daily Shimbun", Adelstein acompanhou durante 12 anos o cotidiano das delegacias de Tóquio, uma cidade bastante segura, mas que mantém um lado podre que não é secreto, sobre o qual não se fala, e onde ocidentais não entram. Adelstein entrou. E pagou caro por isso.
Lançado nos EUA, "Tokyo Vice" não foi publicado no Japão, pois a editora que pretendia fazê-lo recebeu ameaças da Yakuza e desistiu do projeto. O livro não fala apenas de máfia - é o relato da rotina de um jornalista workaholic - mas o mais marcante são suas histórias sobre os chefões. Os tentáculos da Yakuza, diz Adelstein, baseado em dados oficiais, estão crescendo e se infiltrando em todas as áreas da economia japonesa. Não dizem respeito apenas a drogas, prostituição e extorsões, e a polícia já não tem mais poder suficiente para contê-los.
Os homens da organização, divididos em 22 grandes grupos, atuam no mercado de ações, consultorias, empreiteiras e na área de entretenimento. Estão envolvidos em fraudes financeiras, suas festas são frequentadas por celebridades e suas relações com o partido que governou o Japão por 54 anos - o Partido Liberal Democrata (PLD), derrotado nas últimas eleições - são notórias.
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