domingo, 6 de dezembro de 2009

Criminalidade despenca na Cidade de Deus e no Dona Marta, favelas ocupadas por UPP

Vera Araújo - do O Globo


Um Policial Militar brinca com um menino na Cidade de Deus,
uma cena impensável antes da ocupação da comunidade: a rotina de violência ficou no passado - Foto: Márcia Foletto - O Globo


RIO - A imagem de um ônibus sendo destruído pelo fogo em Copacabana, na terça-feira, numa ação do tráfico em represália à ocupação policial dos morros do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo, era comum nas ruas em volta da Cidade de Deus. Mas, desde
que a PM se instalou na comunidade, em novembro do ano passado, cenas de guerra como essa ficaram no passado. Com a ocupação da favela e a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no lugar, a violência saiu da rotina dos moradores - e os índices de criminalidade na área comprovam isso. Só no caso dos homicídios, houve uma queda de mais de 82%.


De 10 de novembro de 2007 a 10 de novembro de 2008,
a Polícia Civil registrou na Cidade de Deus 34 assassinatos. Já de 11 de novembro de 2008 a 11 de novembro deste ano, foram seis casos. Quanto a roubos de carros, houve, no mesmo período, uma redução de 83% - de 68 registros para 11. Os assaltos em coletivos também despencaram, de 141 para 41 casos, ou seja, 70,9%.

Os números da violência da Cidade de Deus:

No Morro Dona Marta, em Botafogo, ocupado pela polícia na mesma época, o fenômeno se repetiu. De 18 de novembro de 2007 a 18 de novembro do ano passado, foram registrados três homicídios na área da favela. Já de 19 de novembro de 2008 a 19 de novembro deste ano, não ocorreu um caso sequer. No mesmo período, houve queda, de 44%, no número de roubos de carros. Em compensação, os registros de apreensões de drogas cresceram nas duas comunidades. Na Cidade de Deus, o aumento foi de 550%. Já no Dona Marta, foi de 100%.

Os números da violência no Dona Marta:


Para o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a redução nos índices está diretamente ligada ao desarmamento dos traficantes, durante a retomada do território que antes estava sob controle das quadrilhas.

- Nosso maior problema é o fuzil. Nos Estados Unidos, há tráfico, mas as ruas não são violentas. Não existe uma ideologia por parte dos bandidos. Aqui, há facções armadas que brigam pelo domínio de territórios.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mais Lidos