domingo, 6 de dezembro de 2009

Poder de fogo dominado


Por Ricardo França - Do UPP Repórter


Um estudo que antecedeu a ocupação das comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, realizado pela Secretaria de Segurança e pela Polícia Militar, revela a área dos bairros de Ipanema e de Copacabana que poderia ser alvo de uma bala de fuzil disparada por traficantes a partir de pontos diversos das duas favelas. A partir de imagens de satélite, os agentes delimitaram o raio de alcance dos projéteis, capazes de percorrer e matar com precisão a até dois quilômetros de distância. Ao alcance de balas perdidas estava toda a extensão da Lagoa Rodrigo de Freitas e áreas nobres como a Avenida Epitácio Pessoa e Borges de Medeiros; além de parte da orla das praias de Ipanema e Copacabana, e de pontos turísticos como o Jockey Club do Rio de Janeiro e o Forte de Copacabana.


O mapeamento faz parte do livro de planejamento operacional e ajudou a orientar a ação de ocupação das duas comunidades pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), na segunda-feira (30/11). O levantamento, que mediu o impacto do tráfico naquele local, foi realizado por integrantes de uma força tarefa que reúne representantes das subsecretarias de Inteligência e Planejamento e Integração Operacional, polícias Civil, Militar e do Instituto de Segurança Pública (ISP).

Nesta quinta-feira (3/12), quarto dia de ocupação, policiais do BOPE apreenderam armas e munições enterradas na mata que divide as comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho. Entre o armamento encontrado, estão oito granadas, um fuzil, duas submetralhadoras, uma pistola 9mmm e carregadores de vários calibres. As comunidades do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo concentram uma população de 9.500 mil pessoas e tem como área de influência direta nos dois bairros, cerca de 12 mil pessoas.

O golpe nas finanças do tráfico foi significativo. Segundo dados da Inteligência, as bocas-de-fumo da facção criminosa que dominava o local – entre os bairros de maior poder aquisitivo da Zona Sul – rendiam cerca de R$ 220 mil por mês (em baixa temporada) e até R$ 330 mil (em períodos de fim de ano, como réveillon e Carnaval).

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