sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Ano termina ‘calmo’, com 327 execuções em Mato Grosso


Quando comparado aos 4 últimos, 2009 foi um dos anos que registraram menos assassinatos, sendo superior apenas a 2007. Porém, marca dos ‘300’ não

Por Adilson Rosa - do Diário de Cuiabá

A Grande Cuiabá registrou 327 assassinatos até o dia 30 de dezembro. Somente neste mês, a polícia atendeu a 20 execuções, sendo 11 na Capital e nove em Várzea Grande. Em comparação com 2008, quando houve 340 assassinatos, a queda é de 3,8%.

E comparado com os anos anteriores, 2009 está sendo um dos mais “calmos” dos últimos quatro anos, excetuando-se 2007, quando houve 320 assassinatos.

Em 2006, 328 pessoas foram assassinadas – incluindo, além de homicídios, latrocínios (roubo seguido de morte) e lesão corporal seguida de morte.

Somados os últimos quatros anos, foram enterradas mais de 1.630 pessoas e quase a metade de jovens com até 24 anos. Esta quantidade coloca a Grande Cuiabá entre as quatro regiões metropolitanas mais violentas do país.

A situação de Mato Grosso no cenário nacional só não está pior porque as estatísticas encaminhadas à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) desvinculam a Capital de Várzea Grande, o que diminui sensivelmente os índices.

O que intriga autoridades da área de Segurança Pública é que os assassinatos nos últimos 15 anos na Grande Cuiabá teimam em cair do patamar de 300 execuções por ano. “É um número alto sim e não temos explicações para que continue nessa média”, observou um assessor próximo do secretário de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado Filho.

Para o cientista político Louremberg Alves, este cenário sombrio deverá continuar, a julgar pelas atuações do governo. Segundo ele, a insegurança impera no país todo, mas em algumas regiões as medidas emergenciais ou a médio prazo estão surtindo efeito. Com isso, a violência está diminuindo.

Em Cuiabá e Várzea Grande, no entanto, os projetos parecem desvinculados da realidade. A criação dos Centros Integrados de Segurança Pública (Cisc), que prometiam ser a redenção da polícia, desagrada até hoje investigadores, delegados e escrivães.

A partir do próximo ano, a Polícia Civil inaugura mais uma delegacia especializada diminuindo o poder de atuação dos Ciscs. Trata-se da Delegacia de Repressão a Roubos (DERR), que funcionará na avenida Tenente Coronel Duarte no mesmo prédio da nova Central de Flagrantes.

Com a inauguração da DERR, faltará apenas as Delegacias de Delitos de Trânsito e também de Estelionato para voltar ao sistema de antes da política de criação dos Ciscs.

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