segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Número de homicídios sobe no Rio de Janeiro pela primeira vez desde 2005


Vitor Abdala - da Agência Brasil

O Rio de Janeiro apresentou, em 2009, um aumento no número de homicídios, pela primeira vez em quatro anos. Segundo dados divulgados hoje (8) pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), no ano passado, foram registrados 5.794 assassinatos, 77 a mais do que em 2008.

Desde 2005, quando havia sido registrado um aumento em relação ao ano anterior, o Rio de Janeiro não registrava aumento no número absoluto de homicídios. De acordo com os dados, o principal aumento foi sentido no primeiro semestre, quando houve um crescimento de 12%. Mas no segundo semestre houve uma redução de 9%. Com isso, o aumento no ano foi de 1,3%.

Os dados mostram ainda que também houve aumento em outros tipos de crimes, como o roubo de rua, que teve 88.495 casos em 2009 (1.921 ou 2,2% a mais do que 2008), roubo a residência, com 1.662 casos (232 ou 11,3% a mais) e roubo a estabelecimento comercial, com 4.944 casos (40 ou 1% a mais).

Houve aumento ainda nos casos de tentativa de homicídio, com 4.472 casos (417 a mais que em 2008), e no registro de pessoas desaparecidas, com 5.425 casos (330 a mais). Os casos de sequestro e sequestro relâmpago também cresceram, com 89 casos (18 a mais).

Mesmo com o aumento dos índices de crimes violentos, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame afirmou que houve avanços na política de segurança do estado do Rio de Janeiro.

“Acho que a ação que se faz nas unidades de Polícia Pacificadora (UPP) é, sem dúvida nenhuma, uma melhora importante. Já atendemos 100 mil pessoas [em nove favelas] que estavam abandonadas há 20 anos. Isso vai resolver? Pelo menos estamos dando à sociedade uma demonstração concreta de que se tem método, e estamos gerando esperança nas pessoas. Acho que se caminha de uma maneira muito positiva. É claro que tem muita coisa a ser feita. Acho que se percebe, sim, uma melhora”, disse Beltrame.

O secretário também destacou que houve crimes com reduções expressivas, como roubo de veículos, com 2.811 casos a menos, roubo de carga, com 522 casos a menos, roubo em coletivo, com 991 casos a menos, e latrocínio, que é o roubo seguido de morte, com 14 casos a menos.

Já o subsecretário de Planejamento de Segurança, Roberto Sá, preferiu destacar a queda dos crimes no segundo semestre do ano, depois de um primeiro semestre com taxas especialmente altas. No segundo semestre, por exemplo, houve reduções expressivas nos índices de homicídio (queda de 9%) e de roubos de rua (redução de 7%). Esses crimes fecharam o ano com aumento em relação a 2008, apenas porque tiveram um crescimento muito grande no primeiro semestre.

Tanto o secretário Beltrame como Roberto Sá atribuem a redução dos índices no segundo semestre ao sistema de metas de diminuição da criminalidade adotado pela Secretaria de Segurança em todo o estado, a partir de julho de 2009, junto com outras medidas como a definição de metas conjuntas pelas polícias Civil e Militar e a gestão e análise da dinâmica criminal, com encontros periódicos de comandantes e delegados.

2 comentários:

  1. Não adianta polícia pacificadora. Não adianta somente prisões de supostos ou declarados homicidas. o cerne da questão no Rio é a IMPUNIDADE. Uma cidade com índice de elucidadação de crimes girando em torno de 4% constitui vergonha para o País e principalmente para o mundo. E até o momento não se fala no que poderia mudar muito esse cenário: AUTONOMIA DA PERÍCIA CRIMINAL tema debatido exaustivamente,(foi o segundo mais votado no PRONASCI)), passou a ter força de Lei após votaçaõ da autonomia pelo Presidente Lula, mas, até o momento, não se fez absolutamente NADA no estado do rio para reverter esse quadro, e o que se tem hoje, são 19 estados da União com perícias independentes, e nós sempre no reboque da história. Alías a unica coisa que se fala por aqui é equiparação de salários de delegados ao dos promotores de justiça, como se o cargo de delegado fosse do Judiciário e não um simples cargo técnico-administrativo de nível superior.
    Pobre Rio.....

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  2. Excelente comentário De Angelis. Este é o maior questionamento que todos os profissionais de segurança - realmente preocupados com a situação - fazem. Infelizmente o deslumbramento de Cabral pelos holofotes o permite apenas traçar iniciativas de retorno midiático imediato. Como os "grandes" veículos estão "fechados" com o atual governo, também não se dão o trabalho de questionar a política de segurança por ele adotada. Infelizmente.

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