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sábado, 8 de agosto de 2015

A morte de Playboy e os números Um construídos pela imprensa em seu discurso simplista

Lendo o texto "Os riscos ocultos na uniformização da agenda da imprensa" logo depois de ler mais uma notícia sobre a morte do Playboy, me atenho já no primeiro parágrafo:

"De todos os pecados atuais cometidos pela indústria da comunicação jornalística, o que tem consequências mais graves é o da uniformização da agenda de informações. O fato de noticiar dados novos, fatos inéditos e eventos a partir de um único viés não falseia apenas a visão que as pessoas têm da realidade, mas as leva a desenvolver opiniões cada vez mais radicais e extremadas" 

No caso do segmento que costumo atuar, da Segurança Pública, antigo "jornalismo policial" isso é materializado de forma ímpar. Esmagadora maioria dos "repórteres" contam corpos e divulgam releases da polícia. SÓ. Não que contar corpos não seja importante. Lembrei do falecido blog PE Body Count, de Pernambuco. Estatísticas sempre são! Mas e o contexto delas? Por que o número cresce ou cai? Como evitar essa oscilação? O PE Body Count era bom nisso. Infelizmente acabou por falta de financiamento.

Lembro quando era estudante de jornalismo e a internet era novidade. Pensava "nossa! vai dar pra fazer muito mais pesquisas e contar mais coisas!". Estava completamente enganada. Outro dia estava pesquisando umas edições antigas de jornais, coisa entre 1995 e 2005. Impressionante como o jornalismo era mais rico! As vítimas tinham história. Você sabia quem eram, de onde vinham, pra onde iam, por que iam, que diferença fazia se elas chegassem ao destino ou não. Existiam história e análise.

Edição de 12 de setembro de 2002 do jornal O Globo

Tomando como exemplo a morte do Playboy hoje. Impressionante como o jornalismo se ateve a dar "detalhes" da morte através de única fonte, a polícia. E nada sobre como a morte desse "número 1" altera/impacta ou não (e voto que não, claro) a configuração do tráfico.

Lembro quando li sobre a história da morte do Uê. Claro com milhões de ressalvas uma vez que Playboy não era nem a unha do Uê no contexto do tráfico.

Na cobertura da época você sabia quem eram os parceiros do Uê, poque ele traiu Orlando Jogador, como, qual o objetivo e o tamanho da merda que ia dar. E deu. Mudou a história das facções do Rio. Ali nasceu a ADA.

Como eu disse, Playboy não era nem a unha de Uê, mas e então: Quem era Playboy? Qual sua facção (apenas alguns veículos citaram)? Que diferença faz a morte de Playboy? Quem vem atrás de Playboy? Qual o peso dele da hierarquia do tráfico? Era só um relações públicas ou realmente tinha algum poder? Mandava aonde? Com quem? O que a lei de drogas altera o cenário? Vai impedir que haja outro número 1?

Afinal, pra quê serve essa imprensa?

Vale lembrar que essa discussão envolve a formação do profissional, a linha editorial do veículo que as vezes suga o profissional a ponto dele não poder escrever livremente ou ter que fazer várias pautas simultaneamente, é mal pago etc...

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Direito Penal para Jornalistas

O Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) e o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM) lançaram o guia “Manual de Direito Penal para jornalistas – Material de apoio para coberturas criminais”, publicação destinada a estudantes e profissionais do jornalismo. 

O guia foi lançado ao final das atividades do Seminário “ O Crime e a Notícia”, que teve um dia inteiro de mesas de debates entre jornalistas, juristas e profissionais do Direito Penal, realizado pelas duas organizações em conjunto com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Baixe aqui.

A publicação e o seminário são dois dos eixos do Projeto “Olhar Crítico”, idealizado pelo IDDD, que busca refletir sobre as relações entre o jornalismo e o direito penal a partir de uma perspectiva mais analítica do sistema de justiça criminal. A parceria entre IDDD e IBCCRIM, organizações formadas por estudantes e operadores do Direito, com forte vocação e vasta experiência na área penal, resultou em um guia que oferece conceitos e informações sobre o funcionamento do sistema de justiça criminal, para estimular uma visão ampla e crítica a respeito da temática, tão relevante para a sociedade.

O Guia traz um resumo de alguns dos assuntos mais abordados pela imprensa ao tratar da área criminal, na visão das instituições e seus colaboradores, em sua grande maioria voluntários. Para o fechamento do guia, atuaram como supervisores de conteúdo o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Carlos Vico Mañas, e a advogada Flávia Rahal, ex-presidentes do IBCCRIM e IDDD, respectivamente.


Fonte: IDDD

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

SP vai restringir acesso da imprensa a caso com refém


Do Uol

Ainda sob o efeito do caso Eloá Pimentel, a Secretaria da Segurança publicou ontem norma na qual ordena a policiais civis e militares que mantenham a imprensa distante de ocorrências com reféns. Pelo texto, eles deverão "instar" os "órgãos de imprensa" a "se abster de transmitir imagens e/ou manter contato com os envolvidos". O documento não diz como.

Na avaliação da polícia, Eloá foi morta no final de 2008 por uma série de falhas que incluem uma entrevista transmitida pela TV com o sequestrador Lindemberg Alves Fernandes no cativeiro.

Luís Sapori e Theodomiro Dias Neto, peritos em segurança, dizem que isolar áreas é procedimento internacional. "A polícia deve ter poder para controlar a situação, mas não tem como evitar que a mídia repercuta o fato", diz Neto. "Limitar não quer dizer proibir", afirma Sapori.

Para Ricardo Pedreira, diretor-executivo da ANJ (Associação Nacional de Jornais), é uma questão de segurança, que não fere o livre exercício do jornalismo.

A apresentadora Sônia Abrão, que falou com Lindemberg, disse ter cumprido sua "função de jornalista".

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