Por Vitor Abdala da Agência Brasil
Os confrontos entre policiais e criminosos ou entre os próprios criminosos, rotineiros nas favelas do Rio de Janeiro, geram mais transtornos do que as mortes ou as conhecidas “balas perdidas”. Problemas como o medo, a insônia e até distúrbios de aprendizagem, que atingem principalmente crianças e adolescentes, são outros resultados dessa violência cotidiana.
A opinião é da especialista em saúde de crianças e adolescentes Evelyn Eisenstein, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Sociedade Internacional para a Prevenção de Abuso e Negligência contra Crianças (Ispcan, na sigla em inglês).
Segundo ela, os problemas psicológicos gerados nas crianças pelos confrontos armados são quase invisíveis para a mídia, mas aparecem cada vez mais nas unidades de saúde do Rio de Janeiro.
“As crianças estão à mercê de tudo isso que elas estão vivenciando, não só na prática, no tiroteio diário em cada bairro, mas também através da mídia e das repercussões”, afirma.
Evelyn Eisenstein afirma que um dos problemas enfrentados pelas crianças é o medo, junto com a sensação de estarem sendo ameaçadas e sem proteção, o que gera estresse e insônia. Em consequência, podem aparecer também distúrbios de aprendizagem e problemas na escola, como a evasão e o atraso escolares.
“Sem contar quando ela está em plena aula e a interrompe por causa de um tiroteio”.
A interrupção de aulas e o fechamento de escolas têm sido comuns no Rio de Janeiro. Na última terça-feira (3), pelo menos 13 mil alunos da região de Vila Kennedy, na zona oeste, ficaram sem aulas por causa de confrontos entre criminosos e policiais.
Ontem (5), tiroteios durante uma operação policial deixaram 4 mil alunos sem aulas na região de Acari e Costa Barros, na zona norte.
Nesta semana, a Secretaria Municipal de Educação do Rio chegou a anunciar um projeto de capacitação de professores para acalmar alunos durante situações de crise, como incêndios, acidentes ou confrontos armados.
A sensação de abandono e o uso de drogas podem ser outras consequências da vivência cotidiana em meio a esses conflitos. A longo prazo, as crianças e adolescentes passam a aceitar a violência como uma prática comum, num processo de banalização dessa violência.
Segundo ela, a intensificação dos confrontos armados no Rio, que já duram mais de duas décadas, é hoje um reflexo da violência que ocorreu nos últimos anos.
“Esse homens que hoje se confrontam, sejam policiais, milicianos ou traficantes, foram crianças e adolescentes algum dia. Se eles tivessem aprendido o que é paz, se tivessem expectativa de futuro ou até mesmo melhor rendimento escolar, não estaríamos com a violência que temos hoje em dia. Temos que interromper esse ciclo, para que ele não continue se reproduzindo”, afirmou.
Para interromper esse ciclo, explica a especialista, é preciso que desde já haja investimentos em programas de prevenção da violência, em vez de recorrer simplesmente ao confronto policial. Esses programas, afirma Evelyn Eisenstein, devem ser não só para a Olimpíada de 2016, mas para o futuro da cidade.
Os confrontos entre policiais e criminosos ou entre os próprios criminosos, rotineiros nas favelas do Rio de Janeiro, geram mais transtornos do que as mortes ou as conhecidas “balas perdidas”. Problemas como o medo, a insônia e até distúrbios de aprendizagem, que atingem principalmente crianças e adolescentes, são outros resultados dessa violência cotidiana.
A opinião é da especialista em saúde de crianças e adolescentes Evelyn Eisenstein, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Sociedade Internacional para a Prevenção de Abuso e Negligência contra Crianças (Ispcan, na sigla em inglês).
Segundo ela, os problemas psicológicos gerados nas crianças pelos confrontos armados são quase invisíveis para a mídia, mas aparecem cada vez mais nas unidades de saúde do Rio de Janeiro.
“As crianças estão à mercê de tudo isso que elas estão vivenciando, não só na prática, no tiroteio diário em cada bairro, mas também através da mídia e das repercussões”, afirma.
Evelyn Eisenstein afirma que um dos problemas enfrentados pelas crianças é o medo, junto com a sensação de estarem sendo ameaçadas e sem proteção, o que gera estresse e insônia. Em consequência, podem aparecer também distúrbios de aprendizagem e problemas na escola, como a evasão e o atraso escolares.
“Sem contar quando ela está em plena aula e a interrompe por causa de um tiroteio”.
A interrupção de aulas e o fechamento de escolas têm sido comuns no Rio de Janeiro. Na última terça-feira (3), pelo menos 13 mil alunos da região de Vila Kennedy, na zona oeste, ficaram sem aulas por causa de confrontos entre criminosos e policiais.
Ontem (5), tiroteios durante uma operação policial deixaram 4 mil alunos sem aulas na região de Acari e Costa Barros, na zona norte.
Nesta semana, a Secretaria Municipal de Educação do Rio chegou a anunciar um projeto de capacitação de professores para acalmar alunos durante situações de crise, como incêndios, acidentes ou confrontos armados.
A sensação de abandono e o uso de drogas podem ser outras consequências da vivência cotidiana em meio a esses conflitos. A longo prazo, as crianças e adolescentes passam a aceitar a violência como uma prática comum, num processo de banalização dessa violência.
Segundo ela, a intensificação dos confrontos armados no Rio, que já duram mais de duas décadas, é hoje um reflexo da violência que ocorreu nos últimos anos.
“Esse homens que hoje se confrontam, sejam policiais, milicianos ou traficantes, foram crianças e adolescentes algum dia. Se eles tivessem aprendido o que é paz, se tivessem expectativa de futuro ou até mesmo melhor rendimento escolar, não estaríamos com a violência que temos hoje em dia. Temos que interromper esse ciclo, para que ele não continue se reproduzindo”, afirmou.
Para interromper esse ciclo, explica a especialista, é preciso que desde já haja investimentos em programas de prevenção da violência, em vez de recorrer simplesmente ao confronto policial. Esses programas, afirma Evelyn Eisenstein, devem ser não só para a Olimpíada de 2016, mas para o futuro da cidade.
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