sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Políticos do Ceará avaliam a Segurança Pública


"Nunca se investiu tanto na segurança, contudo a violência aumenta"

Por Laura Raquel - do O Estado do Ceará


No ano de 2009, o saldo foi negativo para Segurança Pública do Ceará. Muitas polêmicas provocaram uma crise institucional, no entanto a violência atingia dimensões alarmantes no Estado. Em 2010, com apenas quinze dias decorridos, os crimes cometidos já assustam a população. Para os políticos cearenses, isto é reflexo da carência de políticas públicas adequadas e eficientes; ou até mesmo é espelho da desigualdade social existente em nossa sociedade.

De acordo com o deputado Heitor Ferrer (PDT), segurança pública é paradoxal. Tudo porque “nunca se investiu tanto na segurança, contudo a violência só tende a aumentar. Na verdade, é necessário se investir mais na melhoria da qualidade de vida da população”, afirmou.

Segundo o pedetista, a população está desequilibrada devido à exclusão social, pois não existem políticas públicas eficazes direcionadas à população mais pobres. Heitor assegurou que cerca de 45% da população vivem na linha da pobreza, e para erradicar este quadro não há investimentos por parte dos governos.

Ele analisou outro problema grave, que vem causando prejuízos, que é o consumo indiscriminado de drogas. Lembrando também que só no último final de semana, 20 cearenses foram mortos somente na Região Metropolitana de Fortaleza.

Na mesma linha, o vereador Vitor Valim (PHS) informou que só, em 2009, os crimes envolvendo drogas cresceram 28%. Portanto, comparou os casos a “enxugar gelo”. Logo porque o Estado não possui locais especializados para o combate e recuperação de pessoas usuárias de entorpecentes.
Conforme o humanista, a prefeitura também tem sua parcela de culpa, pois deveria auxiliar o Executivo estadual com a criação Centros de Recuperação Municipal, ou até mesmo hospitais especializados no assunto. Para ele, é necessário mudar a filosofia adotada pela Segurança Pública do Estado, principalmente no que diz respeito à forma de trabalho da Polícia, incrementando o policiamento ostensivo da Capital e do interior – citando as operações do grupamento Ronda de Ações Intensiva e Ostensiva (Raio).

CONTEXTO SOCIAL

O líder da Prefeitura na Câmara, vereador Acrísio Sena (PT), entende que a crise na segurança pública està inserida no contexto social, econômico e político do Estado. Tudo devido à pirâmide desigualitária. “Fortaleza é uma cidade concentradora de renda, mas existe um abismo social”, indicou.

O petista ressaltou a contribuição positiva, com a criação do Ronda do Quarteirão, pois trouxe um clima de segurança, apesar de não ter reduziu os índices de criminalidade. Tudo porque a vulnerabilidade social, ou seja, a falta de emprego e expectativa acaba levando o indivíduo à prática de delitos. “Não que isso justifique, mas contribui”, advertiu.

Acrescentou ainda que a Prefeitura vem desenvolvendo estratégias auxiliares como o aumento da composição da Guarda Municipal. Apesar, segundo o vereador, de não ser competência do Executivo municipal, ela [Prefeitura] tem cumprido seu papel. Desta forma, acredita que apenas reduzindo a desigualdade social acabariam estes índices alarmantes.

Já o deputado Fernando Hugo (PSDB) analisa que o mais necessário fazer, no momento, é discutir a falta de sintonia existente dentre as policias Civil e Militar no Estado do Ceará. O tratamento diferenciado e elitista dos policiais do Ronda acaba causando ciúmes, e no entanto, quebra a legalidade do processo. “É momento de somar forças”, avaliou, acrescentando que o atual Governo, diferente dos passados, investiu e modernizou mais os equipamentos públicos.

SEM MEDO DE EXAGERO

Nelson Martins (PT), líder do Executivo, acresceu que a solução realmente são as políticas públicas. Todavia, o petista ponderou que somente em 2009 mais de 24 mil jovens foram inscritos no Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) – tanto no interior quanto na capital. Avaliou que o Governo tem investido nas três esferas sociais: segurança pública, educação e geração de emprego; porém, disse que o crescente aumento na dependência química é um mal nacional e também enfrentado pelos cearenses.

Ele chama atenção para falta de discussão do núcleo social familiar, acrescentado que “não é de responsabilidade da Pasta da Segurança”. Já segundo o vice-líder do Executivo, Roberto Cláudio (PSB), o substrato social favorece para o cenário vivenciado pelos cearenses, embora o Estado esteja investindo no enfrentamento desta realidade. Implementando cada vez mais as áreas da educação, segurança pública e geração de emprego e renda, retirando os jovens da ociosidade.

Ele chama atenção para falta de discussão do núcleo social, acrescentado “não ser de responsabilidade da Pasta da Segurança. Já o vice-líder do Executivo, Roberto Cláudio (PSB), o substrato social favorece para o cenário vivenciado pelos cearenses. Embora, o Estado esteja investindo no enfrentamento desta realidade. Com o implemento nas áreas da própria segurança pública, na educação e também na geração de emprego e renda. Portanto, não é esporte e lazer que o problema será evitado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mais Lidos