quarta-feira, 10 de março de 2010

Mais um capítulo no sistema penitenciário no ES: Vídeo exibe presos nus sendo alvejados por tiros de balas de borracha

Por Cecília Olliveira

Esta semana o Espírito Santo protagonizou as manchetes de jornais, e com uma notícia terrível: as masmorras de Hatung. O sistema penitenciário capixaba mostrou criminosos amontoados, doentes e amedrontados vivendo a violência da vida no cárcere. Daqueles que tiveram estômago para ver o Dossiê sobre a situação do Espírito Santo, eu ouvi: "Não devia ter visto aquilo, é terrível".

É terrível, mas é real e acontece logo ali, legitimando a violência estatal com a cumplicidade de Hatung e sua desfaçatez. Quem acompanha a triste novela protagonizada pelo Estado sabe que a comissão formada por entidades de direitos humanos foram obrigados a interromper a visita que faziam a Penitenciária Estadual Feminina de Tucum, em Cariacica (ES) e denunciaram o caso ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e também à Organização dos Estados Americanos (OEA). (Relembre aqui)

A Rede Record veiculou especial sobre o caos no sistema penitenciário brasileiro na segunda feira (Assita aqui), um dia após a publicação do artigo de Élio Gaspari no O Globo - Sistema Penitenciário no ES: As masmorras de Hartung aparecerão na ONU - que "curiosamente" não foi publicada no o jornal ‘A Tribuna’, de Vitória, "por um problema técnico".

Como desgraça pouca é bonagem, outro vídeo, publicado no site de notícias Século Diário, denuncia a situação por lá. Ele mostra uma ação que aconteceu em setembro do ano passado, no Presídio de Segurança Máxima II (PSMA-II), em Viana, onde presos nus foram alvejados com tiros de balas de borracha. Ao menos um detento com sequelas permanentes ao ser atingido no olho direito. A agressão resultou na perda completa da visão do olho alvejado.

De acordo com fonte ouvida pelo Século, os detentos foram conduzidos até o pátio porque iniciaram uma greve de fome em protesto às medidas restritivas impostas pela direção do presídio e pediam o fim de alguns procedimentos humilhantes e a garantia de visitas semanais.

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