terça-feira, 13 de abril de 2010

O PCC está na Bolívia, diz assessor de Lula

Por Cecília Olliveira

Recentemente uma comitiva do governo brasileiro esteve em La Paz, Bolívia, para tratar de acordos comerciais entre os dois países. Representantes dos setores de petróleo e energia foram alguns deles.

Infelizmente a relação entre os dois países vai além. Marco Aurélio Garcia, um dos assessores de Lula, integrou a comitiva e em entrevista ao jornal local, La Prensa, analisou bem mais que a balança comercial entre Bolívia e Brasil.

Questionado sobre como articular a luta contra o tráfico de drogas entre os países, Marco Aurélio, falou que o importante mesmo é o serviço de inteligência, a troca de informações sobre a atividade. Mas a surpresa ficou pra pergunta seguinte:

- O Primeiro Comando da Capital está presente na Bolívia?

"Parece que sim, e se assim é, é ruim para a Bolívia, é para nós também, claro.

- Existe informação do governo brasileiro sobre isso?

"Ouvi a informação. Há rumores de que sim. Seria de certo modo compreensível, na medida em que a Bolívia pode ser, em primeiro lugar, um país produtor. Mas é certamente uma área de trânsito. Há rumores também de que parte das drogras que entram no Brasil é produzida no Peru e passa pela Bolívia. O narcotráfico é uma praga que deve ser combatida com inteligência. Em alguns países, a luta era apenas através da violência e não foi resolvido. Então, há de se usar muito a inteligência.

"Se o Primeiro Comando da Capital está na Bolívia, há muito que se preocupar, não é verdade?

"Não, não muito, porque é no Brasil. Temos preocupações lá também. Eu não tenho informações precisas sobre o assunto, ouvi relatos, mas eu não poderia dizer se é certo (na Bolívia), e se for, em que medida.


O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), tem uma regional no Brasil e Cone Sul e estuda e monitora o movimento do narcotráfico na América Latina. Ultimamente, muitos especialistas tem adotado a postura de que a "guerra contra as drogas" deflagrada por Nixon em 1970 (com base em religiosidade e preconceitos sociais e etnicos) e exportada para todo o mundo está falida. O combate ao problema apenas na base da repressão não funciona em nenhuma parte do mundo. Nações estão se abrindo para a discussão e adotando formas diferentes de enfrentar o problema, tais como a legalização, descriminalização de usuários e até o enquadramento do tema como problema como de saúde pública e não apenas de polícia.


Há ainda, voltado especificamente para as discussões sobre o narcotráfico na América Latina, a Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia, para discutir a Política de drogas, que coloca em pauta a descriminalização do consumo de drogas, com transição da abordagem da questão da área judicial para a área da saúde; implementação de uma política de redução de danos; e regulamentação da lei que regula as políticas de drogas no Brasil, diferenciando consumidor de traficante e traficantes que realizam ou não o controle armado de territórios. A discussão da 3ª Reunião da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia (CBDD) girou em torno dessas questões centrais, apresentadas no início do encontro pelo Presidente da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia, Paulo Gadelha.





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