Do UOL Notícias
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega paraguaio Fernando Lugo resolveram aplicar medidas conjuntas para combater a violência do narcotráfico, em um encontro realizado nesta segunda-feira (3) na fronteira, onde as cidades de Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero (Paraguai) são separadas apenas por uma avenida.
- Governo anuncia instalação de 11 bases na fronteira
- Segurança na fronteira com o Paraguai é reforçada
Os presidentes instalaram uma placa em memória dessa reunião na avenida que serve de divisão entre os dois países. "Os traficantes se meteram com os governos de Brasil e Paraguai. Agora vamos enfrentá-los", disse Lula ao anunciar que ambos os países deverão encarar um combate frontal contra os traficantes.
O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que está na comitiva brasileira, anunciou que o governo lançará um programa para reforçar a segurança nas regiões de fronteira e para integrar o policiamento nos Estados brasileiros que fazem limite com países vizinhos.
Segundo o ministro, serão instaladas bases conjuntas das polícias estaduais, da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública nos 11 Estados brasileiros que fazem fronteira com países vizinhos e em Brasília.
Barreto afirmou que as bases devem entrar em operação ainda neste ano e envolverão investimentos de cerca de R$ 60 milhões. Segundo o ministro, policiais já começaram a ser treinados em Brasília.
Narcotráfico
O senador Acevedo admitiu à agência AFP que sua vida continua em perigo por conta das denúncias que fez. "Preciso que o governo me proteja, a mim e a minha família, para continuar vivo", declarou.
"Nem usando a violência contra um senador ou matando seus guarda-costas ou proferindo ameaças eles vão conseguir intimidar os governos de Brasil e Paraguai", disse Lula.
No atentado contra o senador paraguaio, dois guarda-costas do parlamentar morreram.
Acevedo afirmou que o narcotráfico movimenta em torno de US$ 50 milhõespor ano, apenas na fronteira entre Brasil e Paraguai. "Se não determos (o tráfico) agora, essa região vai se tornar uma Ciudad Juárez (México) em pouco tempo", enfatizou.
Estado de exceção
Durante a entrevista coletiva nesta segunda-feira, Barreto afirmou que o Brasil já vem monitorando a situação da criminalidade no Paraguai há algum tempo, mas disse que a questão do estado de exceção é um "assunto interno" do país vizinho.
Há pouco mais de uma semana, o governo paraguaio aprovou uma declaração de estado de exceção em cinco Departamentos (Estados) do país, sob o pretexto de combater um grupo armado intitulado Exército do Povo Paraguaio, que é acusado de sequestros na região.
Entre os Departamentos que estão sob o estado de exceção –que autoriza que o Exército atue no combate aos grupos criminosos– está Amambay, cuja capital é a cidade de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã.
Durante a visita a Ponta Porã, no entanto, o ministro negou que o grupo armado atue dentro das fronteiras brasileiras.
"Não há nenhuma informação de nossa inteligência sobre a atuação de nenhum grupo paraguaio no Brasil", disse o ministro, que afirmou que o Brasil "continuará cooperando" com o Paraguai no combate à criminalidade.
Barreto ainda disse que não há evidências de que os brasileiros que foram presos acusados de envolvimento no atentado contra o senador paraguaio Robert Acevedo, na última segunda-feira, tenham ligação com qualquer grupo criminoso brasileiro.
Acevedo responsabilizou integrantes do grupo PCC, que atua em penitenciárias paulistas, pelo ataque.
*Com informações das agências internacionais
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