Marina Terra, do Opera Mundi
O cartel mexicano Los Zetas e as organizações criminosas brasileiras PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho operam na Bolívia por meio de clãs de traficantes locais, informou o vice-ministro da Defesa Social, Felipe Cáceres.
"Temos informações de que há conexões entre clãs familiares e narcotraficantes com conexões com o PCC de São Paulo e o Comando Vermelho do Rio de Janeiro. Há pouca informação dos Zetas, mas têm contatos e operam aqui", afirmou ontem (15/7) ao jornal boliviano La Razón.
O cartel Los Zetas, considerado um dos mais violentos do México, foi fundado em 2003 por 31 ex-militares que integravam um grupo de elite do exército mexicano e que desertaram para formar o grupo. Tanto o PCC quanto o Comando Vermelho foram criados em prisões brasileiras: o primeiro, em 1993, na Penitenciária de Taubaté e o segundo, na prisão de Cândido Mendes, Ilha Grande.
O La Razón afirma na reportagem que o chefe da Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico (FELCN), Félix Molina, revelou que as organizações brasileiras têm emissários na Bolívia e que o Brasil é o principal mercado para a droga boliviana.
O governo boliviano trabalha para conter o tráfico. Cáceres disse que até o dia 12 de julho foram detidos mais de dois mil traficantes, em sua maioria, colombianos, brasileiros e paraguaios. A FELCN apreendeu esse ano 16,8 toneladas de droga, sendo que 47% procedente do Peru. Foram destruídos 15 laboratórios de refino da cocaína.
O vice-ministro anunciou também que em 2010 serão eliminados mais de sete mil hectares de plantações de coca, sem violar os direitos dos cidadãos – a meta governamental é de cinco mil. No entanto, Cáceres ressaltou que mesmo com o trabalho intensivo no governo no combate ao crime organizado, há problemas. “É fato que o tráfico está sempre a frente dos nossos policiais da divisão de anti-narcóticos, já que estão sempre se modernizando.”
Cáceres disse que não há uma conexão direta entre a quantidade de cocaína e o incremento da venda da droga. O vice-ministro afirmou que há mais droga sendo ofertada porque uma tecnologia colombiana de fabricação permite que com menos coca se fabrique maior quantidade da droga. No passado, com 700 libras de pasta de cocaína se produzia um quilo da droga. Mas hoje se produz dois quilos com a mesma quantidade de pasta.
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