quinta-feira, 23 de junho de 2011

Relatório Mundial sobre Drogas: Mercado se mantém estável, mas aumenta consumo de drogas sintéticas e prescritas

Por Cecília Olliveira

Enquanto os mercados globais de cocaína, heroína e cannabis diminuíram ou se mantiveram estáveis, a produção e o abuso de opióides de prescrição e de novas drogas sintéticas aumentaram, segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2011 ( www.unodc.org/wdr). O cultivo ilícito de papoula e de arbustos de coca se manteve limitado a poucos países. Entretanto, mesmo com uma diminuição marcante na produção de ópio e uma modesta redução no cultivo de coca, ao todo, a produção de heroína e de cocaína ainda é significativa.


Globalmente, cerca de 210 milhões de pessoas, ou 4.8% da população entre 15-64 anos de idade, consumiu alguma substância ilícita pelo menos uma vez em anos anteriores. Ao todo, o uso de drogas, incluindo o uso problemático de drogas, (0.6% da população entre 15 e 64 anos de idade) ficou estável. No entanto, houve um aumento da demanda por substâncias fora do sistema de controle internacional, como as piperazinas e a catinona. Os efeitos da cannabis também estão sendo imitados pela cannabis sintética, ou "spice".

Brasil

Ópio - Na América do Sul, a prevalência anual do uso de opióides (principalmente o uso não médico de opióides de prescrição) está estimada entre 0,3 – 0,4% da população adulta, ou entre 850.000 – 940.000 pessoas entre 15 – 64 anos. O Estado Plurinacional da Bolívia (0,6%), Brasil (0,5%) e Chile (0,5%) continuam como países com altas taxas de uso de opióides.

Cocaina - Os três países do Cone Sul, Brasil, Argentina, e Chile, juntos somam dois terços de todos os usuários de cocaína da América do Sul, Central e Caribe. Os países do Caribe somam 7% do total e a América Central 5%.

Contudo, o Brasil tem uma taxa de prevalência menor de 0,7% da população entre 15-64 anos, por causa de sua grande população o país tem o maior número de usuários de cocaína (900.000) na América do Sul. De acordo com uma pesquisa nacional em 2009 entre estudantes universitários no Brasil, a prevalência anual do uso de cocaína foi de 3% dos estudantes de 18 a 35 anos. O uso de cocaína foi muito menor entre estudantes mulheres que entre homens. Entre estudantes de 18-24 anos e 25-34 anos, níveis comparáveis de uso de cocaína recente e atual foram relatados, o qual foi muito maior do que o comparado ao uso de cocaína relatado entre estudantes de 18 a 35 anos.

Anfetaminas - Informações existentes mostram que a prevalência anual do uso de substâncias do grupo das anfetaminas, na América do Sul, continua próxima da média mundial, com estimativas entre 0.5% e 0.7% da população entre 15-64 anos ou entre 1,34 e 1,89 milhões de pessoas nesse grupo de idade que fizeram uso dessas substâncias no ano anterior. Em comparação com 2008, a maioria dos países da região que apresentou dados relatou ter percebido tendências de estabilidade em 2009 em relação ao uso de anfetaminas e metanfetaminas. Brasil, República Bolivariana da Venezuela e Argentina continuam sendo os países com prevalência e número absoluto elevado de usuários de anfetamina e mEtanfetamina na América do Sul.

Pesquisa nacional feita entre estudantes universitários no Brasil em 2009 mostra que a prevalência anual do uso de anfetaminas entre estudantes foi relatada como de 10,5%. A prevalência anual foi maior entre estudantes mulheres (14,1%) do que entre estudantes homens (5,5%), e também foi maior entre estudantes mais velhos, isto é, aqueles de 35 anos ou mais (18.6%), seguidos por estudantes entre 25-34 anos (13,7%).

Cannabis - a droga predileta no mundo


A cannabis continua sendo, com tendência de aumento, a substância mais produzida e consumida em todo o mundo, a pesar de que ha dados limitados a respeito. Em 2009, entre 2,8% e 4,5% da população mundial, entre 15 e 64 anos de idade (ou seja, entre 125 e 203 milhões de pessoas) tinham consumido cannabis pelo menos uma vez no ano anterior.

A produção de maconha está muito difundida, principalmente na América e na África, enquanto que a produção da resina de cannabis (haxixe) continua se concentrando únicamente em dois países: Marrocos, que abastece os mercados da Europa ocidental e África setentrional, e Afeganistão, que abastece os mercados da Ásia sul oriental. Em 2010, a resina de cannabis foi muito mais rentável do que o cultivo de papoula no Afeganistão.

Com informações do UNODC

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