Secretário de Segurança Pública, Ronaldo Benedet, anunciou possibilidade na quarta-feira
Cristina Vieira do Jornal de Santa Catarina
O secretário de Estado da Segurança Pública, Ronaldo Benedet, anunciou na quarta-feira que estuda a possibilidade do pagamento de uma premiação em dinheiro como recompensa para os policiais militares que apreenderem armas de fogo.
A intenção foi divulgada um dia depois do Grupo RBS tornar pública a medida adotada no 7º Batalhão da Polícia Militar (PM), em que policiais recebem folgas por este tipo de trabalho.
A ideia da premiação surgiu em uma reunião, na quarta-feira, entre Benedet e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Eliésio Rodrigues. Segundo o secretário, em São Paulo já existe uma lei que adota a premiação em dinheiro.
Benedet afirmou que não tem restrição à medida adotada pelo 7º Batalhão. Ele ressaltou que não acredita que a campanha possa provocar a falta de efetivo nas ruas em razão das folgas.
A corporação que adotou a medida tem sede em São José e um quadro de 438 policiais para as cinco cidades atendidas (São José, Biguaçu, Governador Celso Ramos, Antônio Carlos e São Pedro de Alcântara).
O tenente-coronel Cleres Steffens, comandante do 7º Batalhão, considera que a campanha possibilita, no máximo, duas folgas ao mês para um policial (na média, um policial não apreende mais do que duas armas no período e cada arma corresponde a uma folga). Por isso, o benefício não afetará a segurança nas ruas.
Confira, abaixo, a entrevista com o secretário Ronaldo Benedet:
Diário Catarinense: O senhor tem alguma restrição sobre a política do 7º Batalhão da PM de recompensar com folga policiais que apreenderem arma de fogo?
Ronaldo Benedet: — Eu não tenho nenhuma crítica sobre isso. É uma atitude de um comandante de um batalhão como forma de incentivar seus policiais. Considerando que 90% dos crimes são cometidos com arma de fogo, tirar armas de circulação diminuirá a criminalidade. Depois que esse assunto veio à tona, ontem (quarta-feira), nós discutimos uma lei vigente em São Paulo, pela qual policiais são premiados com dinheiro por arma apreendida. Vamos analisar com cuidado esta lei e ver se ela pode ser aplicada aqui, o que valeria para todo o Estado e também para as polícias Civil e Militar.
DC: Mas o medo da população é que, com as folgas, faltem policiais na rua.
Benedet: — No ano passado, em todo o Estado, apreendemos 1,8 mil armas e são 11,9 mil policiais, ou seja, se apreendermos 10 vezes mais, o que seria uma arma por policial, teríamos uma folga por policial ao ano, o que seria uma consagração para a polícia. Então a população pode ficar tranquila em relação a isso.
DC: E em relação aos excessos que podem ser cometidos pelo policial para buscar uma arma?
Benedet: — Eu li na entrevista de ontem (quarta), no DC, uma pessoa falando sobre a polícia invadir casas para buscar arma. A polícia só vai apreender arma ilegal. Se o cidadão tem porte ou registro de seu armamento, não precisa se preocupar. Agora faço um apelo para que quem não tem arma registrada procure a Polícia Federal e a registre. O prazo é até 30 de dezembro.
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