Daqui a exatos 12 meses, promete a Secretaria de Segurança do Rio, um tiro disparado nas imediações do Maracanã, por exemplo, mobilizará imediatamente para o local pelo menos um carro de polícia, sem que ninguém tenha que avisar a PM. Longe de ser ficção científica, o feito tem nome, endereço e data para ser implantado.
Veja como o sistema funciona nos EUA
- Saiba Mais: A base continua sendo a informação. Ou não?
Até dezembro de 2010, será instalado, numa área de 5,2 quilômetros quadrados da chamada Grande Tijuca (Tijuca, Vila Isabel, Maracanã e morros do Salgueiro, Borel e Turano, entre outros pontos), um sistema composto de sensores e microfones ultrassensíveis para detectar qualquer disparo de armas de fogo.
O sistema consiste num conjunto de sensores acústicos com GPS, instalados no topo de edifícios, construções ou postes, que trocam informações entre si.
O equipamento, que recebeu o nome de Sistema de Detecção de Disparos de Armas de Fogo e custará R$ 3 milhões, será conectado ao Centro de Comando e Controle, a ser instalado no prédio da Central do Brasil. O dinheiro é parte de uma doação de R$ 60 milhões feita pelo Tribunal de Justiça do Rio à Secretaria de Segurança.
Segundo o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a grande virtude desse projeto é permitir uma resposta mais eficaz da polícia:
— Nem todos os disparos ou informações de confronto chegam à polícia atualmente. O sistema vai dar informações qualificadas, inclusive de localização do disparo.
Sistema detecta até diferença entre disparo de fuzil e revólver
Veja a área que será coberta pelos sensores. Arte de Vinícius Mitchell
Segundo a Secretaria de Segurança, o principal benefício do novo sistema é a prevenção da criminalidade, já que se espera uma inibição dos disparos das armas e, consequentemente, a redução da incidência de delitos. Além disso, a polícia acredita que a detecção proporcionará maior segurança aos policiais, que chegarão ao endereço da ocorrência já conhecendo informações sobre o fato.
Além de não confundir o som dos disparos com outros barulhos que, para o ouvido humano, poderiam parecer tiros — como canos de descarga estourando — o equipamento detectará também qual o tipo exato da arma foi usada. Isso permitirá que a polícia desloque para a área da ocorrência a quantidade de carros adequada ao tipo de armamento. Ou seja: caso os disparos sejam de fuzis, o número de carros será maior do que tiros de um revólver calibre 38.
Outra consequência do novo sistema, acredita a Secretaria de Segurança, será o crescimento do controle sobre a atividade policial, influindo, por exemplo, nos casos de desvios de conduta de agentes. Nos Estados Unidos, onde cerca de 40 cidades já possuem o sistema implantado (entre elas Nova York, Washington e Oakland), a margem de erro na detecção de um disparo é de apenas dez metros.
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