domingo, 17 de janeiro de 2010

Polícia Civil quer ‘sufocar’ o crime organizado na região de Araraquara (SP)


Cláudio Dias - Da Tribuna Impressa

A intenção do novo delegado é monitorar as quadrilhas e membros do crime organizado e, assim, reduzir roubos e furtos de veículos

A Polícia Civil, através da Delegacia Seccional, vai focar e procurar “sufocar” os integrantes ligados ao crime organizado, tanto em Araraquara quanto em todas as outras 18 cidades da microrregião, com o objetivo de limitar as ações de quadrilhas independentes ou que tenham ligação com facção criminosa. Esta é uma das prioridades que o novo delegado seccional de Araraquara, Fernando Luiz Giaretta, diz ter se imposto desde que assumiu o cargo, na semana passada. Em entrevista exclusiva à Tribuna Impressa, ele também prometeu reforçar a repressão e melhorar o atendimento nas delegacias.

“Eu sempre fui um delegado mais operacional e quero, a partir de agora, combater o crime organizado e o tráfico de entorpecentes, não somente em Araraquara, mas também em toda a região”, disse Giaretta. Para isso, o novo delegado manifestou a intenção de exigir dos comandados que usufruam dos instrumentos de inteligência à disposição dos policiais civis, entre eles o guardião, utilizado para escutas telefônicas, além de programas para retrato falado e o álbum digital criminal.

Ciente de que o crime organizado age de várias formas - desde em quadrilhas especializadas até como facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) -, dentro e fora dos presídios, Giaretta reconhece que a polícia precisa coibir sua ação. “Temos o levantamento desses elementos, que estão sendo sempre monitorados, mas jamais esquecidos. Enquanto não cometem crimes, só ficamos acompanhando”, afirma.

A preocupação existe porque, segundo o delegado, conforme ocorre a prisão de outros integrantes mais importantes as lideranças mudam nos respectivos organogramas das quadrilhas e facções. Hoje, a polícia sabe da existência de alguns desses membros, mas desconhece um número exato e informações de quantos estariam presos ou soltos.

O delegado pretende cobrar ações práticas, estimulando o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Através deles, poderão ser pedidas prisões temporárias e preventivas.

Apesar de administrar 19 cidades, Giarettanão acredita que uma ou outra gere uma preocupação maior sobre segurança. Para ele, cada município tem sua particularidade. Em uma, por exemplo, o roubo incomoda mais, e na outra o desafio é minimizar o tráfico de drogas. Ele diz estar analisando o trabalho desenvolvido por policiais civis de toda a região e, por enquanto, não fará mudanças envolvendo investigadores, escrivães e delegados. “Inicialmente, eu não penso, mas, sinceramente, não descarto esta possibilidade.”

Quem é ele?

Fernando Luiz Giaretta, de 51 anos, nasceu em Santa Rita do Passa Quatro e ingressou na Polícia em 1986. Depois da formação na Academia, veio trabalhar na região.

Foi delegado em Fernando Prestes e, em 93, foi para Taquaritinga, onde permaneceu por 17 anos, até ser convidado a assumir a Seccional, que integra, além de Taquaritinga, mais Araraquara e outras 17 cidades da região, entre elas Matão, Américo Brasiliense, Tabatinga, Ibitinga, Fernando Prestes, Borborema e Rincão. Ele se considera um delegado operacional e diz que cobrará resultados práticos dos policiais civis.

Delegado quer resultados práticos

Com o abandono das escoltas no ano passado, serviço que deixou de ser feito pela Polícia Civil e passou para a Polícia Militar, na opinião do delegado seccional, Fernando Luiz Giaretta, já houve alterações e mais resultados práticos na Polícia Civil. “A tendência é o aumento dos casos esclarecidos. Faz pouco tempo que teve esta mudança e esta cobrança vai ser muito maior”, afirma o seccional. “Vou cobrar resultados de trabalho judiciário de investigação, esclarecimentos de furtos, roubos e todos os crimes seja nos distritos ou nas especializadas.” Para ele, os roubos serão controlados somente com a constante troca de informações entre os delegados para que haja um combate sistemático ao crime organizado. Para isso, é preciso ter este levantamento e saber qual quadrilha está agindo e quais seus integrantes e comparsas.

Objetivo é investigar roubos e furtos de veículos

Hoje, Fernando Giaretta reconhece que Araraquara sofre com os assaltos, entre eles os ocorridos em residências – esta semana foram dois em apenas 30 minutos – e a estabelecimentos comerciais. Sobre os furtos de veículos, o delegado espera estreitar os laços com a PM para trabalhar na prevenção e investigação, através do mapa deste tipo de incidência criminal, conforme a Tribuna já mostrou em reportagem especial. “Precisamos saber para onde estão sendo levados estes veículos, para desmanche ou para serem usados como dublês.” Segundo o delegado, o objetivo é focar nos receptadores, que são os compradores. “Este combate é uma prioridade.”


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