sábado, 17 de outubro de 2009

Governador do RJ diz que política de segurança pública não vai mudar

Do G1


Pelo menos 12 pessoas morreram em confrontos neste sábado (17).
Dois mortos são policiais que estavam em helicóptero que explodiu.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, comentou, na tarde deste sábado (17), a onda de violência que deixou pelo menos 12 mortos e oito feridos - seis policiais e dois moradores - nos bairros de Vila Isabel e Sampaio, na Zona Norte. Segundo ele, o governo vai manter uma permanente luta de combate ao crime organizado.

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“Já tomamos as medidas necessárias para reagir a esse tipo de organização criminosa. Temos que efetivamente ter uma permanente luta de combate ao crime. Vamos continuar nessa linha, enfrentamento a situação. Não muda nada, continua a mesma política”, disse o governador do Rio.

Durante uma coletiva, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse que a polícia irá atrás dos responsáveis pelos ataques. Uma pessoa foi presa e um adolescente, apreendido.

“Vamos atrás dos responsáveis, o trabalho de inteligência está muito forte. Vamos continuar nosso trabalho”, afirmou o secretário durante entrevista coletiva realizada no fim da tarde. O delegado Alan Turnowski, chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, disse que "a resposta vai vir na mesma medida". "A polícia está muito tranquila que dará essa reposta, como sempre deu. A situação não vai ficar impune", disse o delegado.

Dez criminosos mortos

A Polícia Militar anunciou que dez criminosos foram mortos no confronto entre traficantes rivais e policiais no Morro dos Macacos. As informações são do major Oderlei Santos, relações públicas da PM. Com estes, já somam 12 mortos nos tiroteios, entre eles dois PMs.

Um helicóptero Esquilo da PM com seis policiais a bordo foi atingido por tiros quando sobrevoava o morro. Em pane, a aeronave fez um pouso forçado no campo de futebol da Vila Olímpica de Sampaio e explodiu em seguida. Da corporação, dois morreram e dois ficaram feridos com queimaduras - um deles está em estado grave.

De acordo com as autoridades, o helicóptero fazia o trabalho de observação no morro, para passar informações para as tropas em terra. Além disso, a aeronave estava à disposição para casos de necessidade de transporte de feridos.

Beltrame comentou sobre a explosão do helicóptero. “Tivemos um incidente triste com um helicóptero, o capitão Marcelo num ato heroico conseguiu livrar que centenas de pessoas viessem a sofrer com a queda dessa aeronave”, afirmou durante entrevista.

Segundo o secretário, foram tomadas medidas para evitar a guerra entre as quadrilhas rivais. “Mais de 80% das invasões [nos morros] que acontecem a gente tem antecipado.” Beltrame disse, no entanto, que foi impossível destacar policiais para coibir a entrada de traficantes no morro. “Se você pegar o mapa, você vai ver a infinidade de acessos que têm ali.”

Beltrame admitiu que a polícia “pode até ter demorado um pouco” para agir, mas disse que ela “planejou” a ação. “A polícia não vai entrar de madrugada, de maneira açodada [no morro]. Nós agimos com responsabilidade, nós temos de preservar o cidadão. As vidas de outras pessoas estão em jogo no lugar.”

O coronel Mário Sérgio Duarte, comandante-geral da PM do Rio de Janeiro, disse ainda não saber qual arma foi capaz de “derrubar” o helicóptero onde estavam os policiais. Segundo ele, no entanto, os criminosos têm fuzis de alto alcance, capazes de perfurar placas. Beltrame afirmou que foram apreendidos oito fuzis.

A gravidade do caso levou a PM a montar um gabinete de gerenciamento de crise, que funciona no 6º Batalhão (Tijuca). O comandante geral da corporação integra o grupo.

Quadrilha queima ônibus

Numa ação feita supostamente por criminosos da mesma facção que tentara invadir o Morro dos Macacos, oito ônibus, pelo menos, foram incendiados em acessos à favela do Jacarezinho, no Jacaré, outro bairro da região que é cortada pela linha férrea da antiga Central do Brasil, a atual SuperVia.

"Desce, desce, vamos botar fogo". Foi assim que o motorista Fábio Nascimento foi abordado por cerca de 15 homens armados de fuzis e pistolas e com os rostos cobertos.

Nascimento contou que os 40 passageiros foram retirados do ônibus antes dele ser queimado. Em seguida, o bando interceptou mais dois ônibus da mesma linha que seguiam pela Avenida Dom Helder Câmara, a antiga Avenida Suburbana.

Segundo policiais, a ação teve o objetivo de desviar a atenção dos acontecimentos no Morro dos Macacos. A viação Braso-Lisboa suspendeu a circulação dos seus coletivos por falta de segurança.

O confronto no Morro do Macacos começou no início da madrugada de sábado, quando uma quadrilha tentou tomar os pontos de venda de drogas na área. Pela manhã, a Polícia Militar interveio, mas a ação policial terminou com o helicóptero Águia abatido.

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