Por Cecília Olliveira
Há uma semana o país tem acompanhado, praticamente ao vivo, o que tem acontecido no Rio de Janeiro. Não é nada de novo, nada que não aconteça diariamamente pelas ruas das periferias fluminenses. No momento, pessoas torcem como sempre torceram, fazem campanha pela paz como sempre fizeram. E mesmo assim a história é um eterno "vale a pena ver de novo".
"Alemão sofre maior ocupação desde início de operações policiais há um mês". Essa manchete não é de hoje. Nem desta semana. Ela foi manchete de matéria publicada no O Globo em junho de 2007. E o que mudou desde então? Absolutamente nada. O Rio de Janeiro continua sem uma política de segurança. Mas aí vem a pergunta: "Mas agora temos UPP!". 'Temos' quem? 13 comunidades tem UPP, coincidentemente todas num bolsão Zona Sul. Mas o resto do Rio de Janeiro, tem o quê? Mais uma vez, como sempre, nada.
Os policiais que agora estão no front de batalha são uns dos mais mal pagos do país. Os soldados da PMERJ não ganham sequer R$1000. Curiosamente os mal pagos soldados se dispuseram a ir pro front - mesmo depois de receberem aumento dividido em 48 vezes (!!!!) - na mesma semana em que os governadores recém eleitos acertaram em Brasília o embargo à PEC 300 (mais o misto com a 446) para este ano, como pode ser visto aqui.
Para além da justos salários, a política de segurança pública no Rio de Janeiro deve contemplar itens básicos, como investimentos na área de inteligência, harmonização das polícias civil e militar - que muitas das vezes, sequer se falam - (isso de imediato, porque o que defendo é o ciclo completo de investigação), moralização do sistema penitenciário carioca (não tem explicação combater crime dentro de penitenciária, não é mesmo?), transparência no levantamento de índices de criminalidade e investimentos públicos (não, o RJ não disponibiliza dados PÚBLICOS)... Isso para começar a por 'ordem na casa' ao invés de apagar incêndios.
Viver de 'dar resposta a bandido' é o maior sintoma de ausência de planejamento proveniente de uma Política de Segurança Pública de fato.
Abaixo algumas fotos do que foi esta semana para a Vila Cruzeiro, favela que vê o Estado chegando de tempos em tempos, através da polícia. E só.
Há uma semana o país tem acompanhado, praticamente ao vivo, o que tem acontecido no Rio de Janeiro. Não é nada de novo, nada que não aconteça diariamamente pelas ruas das periferias fluminenses. No momento, pessoas torcem como sempre torceram, fazem campanha pela paz como sempre fizeram. E mesmo assim a história é um eterno "vale a pena ver de novo".
"Alemão sofre maior ocupação desde início de operações policiais há um mês". Essa manchete não é de hoje. Nem desta semana. Ela foi manchete de matéria publicada no O Globo em junho de 2007. E o que mudou desde então? Absolutamente nada. O Rio de Janeiro continua sem uma política de segurança. Mas aí vem a pergunta: "Mas agora temos UPP!". 'Temos' quem? 13 comunidades tem UPP, coincidentemente todas num bolsão Zona Sul. Mas o resto do Rio de Janeiro, tem o quê? Mais uma vez, como sempre, nada.
Os policiais que agora estão no front de batalha são uns dos mais mal pagos do país. Os soldados da PMERJ não ganham sequer R$1000. Curiosamente os mal pagos soldados se dispuseram a ir pro front - mesmo depois de receberem aumento dividido em 48 vezes (!!!!) - na mesma semana em que os governadores recém eleitos acertaram em Brasília o embargo à PEC 300 (mais o misto com a 446) para este ano, como pode ser visto aqui.
Para além da justos salários, a política de segurança pública no Rio de Janeiro deve contemplar itens básicos, como investimentos na área de inteligência, harmonização das polícias civil e militar - que muitas das vezes, sequer se falam - (isso de imediato, porque o que defendo é o ciclo completo de investigação), moralização do sistema penitenciário carioca (não tem explicação combater crime dentro de penitenciária, não é mesmo?), transparência no levantamento de índices de criminalidade e investimentos públicos (não, o RJ não disponibiliza dados PÚBLICOS)... Isso para começar a por 'ordem na casa' ao invés de apagar incêndios.
Viver de 'dar resposta a bandido' é o maior sintoma de ausência de planejamento proveniente de uma Política de Segurança Pública de fato.
Abaixo algumas fotos do que foi esta semana para a Vila Cruzeiro, favela que vê o Estado chegando de tempos em tempos, através da polícia. E só.
Mesmo "resposta pra bandido" não é sempre que acontece. Uma tese que sabemos é o principal agente incentivador do crime, é a IMPUNIDADE. É isso que ocorre no Rio de Janeiro. O índice de solução de homoicídios é de 2%. No Rio portanto, não ocorre a aplicação da Lei Penal. Isso só se consegue com um instituto de perícias criminais independente, autônomo, administrativamente imune. Mas não existe isso no Rio de Janeiro. A Lei 12030 que determina a Autonomia da Perícia Criminal é desprezada no Rio de Janeiro. Detalhe: 19 Estados da União tem suas perícias autônomas. O Rio sempre na lanterna. Após toda essa pirotecnia, haverá um periodo de calmaria. .Depois de algum tempo, tudo voltará a ser como dantes. Uma eterna enxugação de gelo.
ResponderExcluirNão dá para consertar tudo de uma vez, lógico que precisamos estar em cima das autoridades para que outras medidas sejam tomadas.Sabe-se que salário não é tudo para ninguém , muito menos para o bom policial. Pergunte a um deles e lhe dirá: Triste é prender um bandido e sair da delegacia depois dele!! O judiciário é o maior culpado do desanimo nas corporações. Ah! em se tratando de tráfico de drogas é preciso falar também no OTÁRIO DO TRAFICO, o usuário. Estamos torcendo pelo RIO DE JANEIRO!!
ResponderExcluirWander, Fortaleza -ce